sábado, 19 de maio de 2018

Os suicidas são loucos?


NÃO, ter pensamentos suicidas ou fazer uma tentativa não implica ser “louco”, nem necessariamente ser um doente mental. Normalmente o suicídio é equacionado como forma de acabar com uma dor emocional insuportável causada por variados problemas. De um modo geral as pessoas que tentam o suicídio estão seriamente aflitas e profundamente deprimidas. Esta depressão pode ser reativa (quando é desencadeada por uma situação traumática ou estressante que a pessoa esteja vivenciando), situação que é perfeitamente normal para os que atravessam circunstâncias de vida difíceis; ou pode ser uma depressão endógena (em que o indivíduo sente uma tristeza profunda e mesmo desejo de morrer, sem motivo aparente) que é o resultado de uma doença mental diagnosticável com outras causas subjacentes. Também pode ser uma combinação das duas. 
A questão da doença mental é difícil porque ambos os tipos de depressão podem ter sintomas e efeitos semelhantes. Pensamentos e atos suicidas podem ser o resultado de problemas, tensões e perdas com as quais não se está conseguindo lidar. Numa sociedade onde o preconceito e a ignorância acerca da doença mental são muito grandes, a pessoa que experimenta comportamento suicida pode ter medo que os outros a considerem "louca" se revelarem os seus sentimentos e pensamentos, tornando-se relutante em pedir ajuda durante a crise que atravessam. De qualquer forma, descrever alguém como "louco", com fortes conotações negativas, não é, provavelmente, útil e o mais provável é dissuadir alguém de procurar ajuda adequada, independentemente da pessoa ter ou não uma doença mental.
As pessoas que sofrem de uma doença mental tal como o transtorno bipolar ou uma depressão endógena têm índices significativamente mais altos de suicídio, embora sejam ainda uma minoria os que tentam tal ato. Para estas pessoas, ter a sua doença corretamente diagnosticada, com um tratamento apropriado, é a melhor forma de impedir o ato de suicídio.


Se você ou alguém que você conhece está lutando com as questões abordadas neste texto, por favor, procure a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra e ligue para o número do CVV: 188 ou 141.


Texto livremente traduzido e adaptado.