Adriano
Facioli
Geralmente
não basta saber qual é o nome do transtorno mental que você tem.
É
muito comum as pessoas que estão passando por um período muito difícil em sua
vida, com sofrimento psicológico significativo, que nunca procuraram por ajuda
profissional em saúde mental, imaginarem que boa parte ou todo seu sofrimento
irá se resolver quando souberem qual é o nome do transtorno mental que têm.
Pensam
que nessa área as coisas ocorrem da mesma forma que em qualquer outro tipo de
tratamento médico, de saúde. Imaginam que irão a um profissional de saúde
mental, geralmente o psiquiatra, e que em uma única consulta ele irá fazer o
diagnóstico, prescrever os medicamentos, e que a partir daí tudo irá se
resolver rapidamente.
Não,
não é assim. Psiquiatras trabalham com hipóteses diagnósticas, as quais terão
de ser constantemente reavaliadas. Após a primeira consulta o paciente terá de
ser constantemente reavaliado, para ir aos poucos se consolidando um possível
diagnóstico do que tem.
E
sair do consultório com a prescrição de alguns medicamentos geralmente não é a
solução. Geralmente é necessário um acompanhamento psicológico.
Os
medicamentos psiquiátricos têm função remediativa, de alívio de sintomas. Não
atuam nas causas, nos determinantes dos transtornos mentais. Por si só não
curam, não produzem a recuperação, a reabilitação da pessoa que está sofrendo.
Para
haver recuperação é necessário um processo de investigação que almeje
descobrir, em boa medida, quais são os determinantes do sofrimento da pessoa em
questão. E esses determinantes, predominantemente e de modo geral, estão na
vida da pessoa, em como ela está vivendo, em quais estimulações sofre, em como
estão se dando suas interações com o mundo e com outras pessoas.
Esta
investigação, portanto, deve se atentar para fatores tais como, por exemplo:
dieta, regime de sono e vigília, postura e expressão corporal, rotina de
exercícios físicos e a complexidade das interações com outras pessoas. Uma
psicoterapia, ou um processo de orientação psicológica minimamente eficaz, irá
se atentar para esses e outros possíveis fatores.
Se você ou alguém que você conhece está lutando com as questões
abordadas neste blog, por favor, procure a ajuda profissional de um psicólogo
ou psiquiatra e ligue para o número do CVV: 141 ou 188.
Texto
original de autoria de Adriano Facioli publicado em 17 de outubro às 18:37. https://www.facebook.com/adriano.facioli
Esse assunto é bem complexo, a pouca informação disponível a todos e as que encontramos nem sempre são precisas, um exemplo disso é o CVV, infelizmente ele não é um serviço que consegue atender de forma eficiente a todos que o proucura, o tempo de espera para ser atendido é enorme e muitas vidas podem se perder neste tempo.
ResponderExcluirThiago Soares, olá! Sim, o assunto é bem complexo e as informações não são tão disponíveis quanto deveriam, visto que o suicídio já é tratado pela OMS como um problema significativo e de saúde pública. Mas acredite, além do CVV tem muita gente trabalhando para difundir a necessidade de falarmos mais sobre suicídio e sua prevenção. Há um bom grupo de psicoterapeutas que atendem a preço simplório (e alguns são até gratuitos) a pessoas que manifestam a conduta suicida. No Facebook (caso você tenha conta lá) há grupos e páginas onde se pode extrair mais informações, apoio e atuar na prevenção. Se puder, dê uma olhada. Um abraço.
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