quarta-feira, 1 de abril de 2020

GUIA para superar o impacto emocional do coronavírus


                       

O coronavírus nesse momento é uma grande ameaça a todos nós. Somos confrontados com emoções desconfortáveis, somos dominados pelo medo, ficamos chocados ao ouvirmos os profissionais de saúde relatando as situações que estão enfrentando, e não parece que as coisas vão melhorar num curto prazo. No entanto, há uma verdade inquestionável: tudo passa. E essa pandemia também vai passar, exatamente como aconteceu com outras pandemias. Por isso, precisamos enfrentar esse problema com uma mentalidade positiva e, para isso, precisamos conhecer mais sobre as fases e as emoções que vamos enfrentar. Reconhecer as emoções que inevitavelmente já surgem ou surgirão nos ajudará a enfrentar essa situação de maneira mais realista e tranquila. Desenvolver uma mentalidade positiva, apesar das circunstâncias. Tal atitude nos permitirá entender que em qualquer mudança, por mais difícil que seja, sempre há oportunidades para continuar aprendendo e avançando como indivíduos e como sociedade.
Este GUIA nos servirá como um roteiro indicando quais que as emoções que passaremos a vivenciar nesse momento:

1.     RECONHECIMENTO DO PROBLEMA
"Existe um vírus na China". Esse foi o começo. Todo grande desafio que acontece em nossa vida pode ser resumido em dois tipos, como a medicina tradicional chinesa diz: desafio do céu, quando é algo desejado, ou desafio do trovão, quando não o procuramos e ao se impor quase sempre arrebenta com nossos planos. Para a grande maioria o coronavírus é um desafio que pertence ao trovão. Poucos esperavam que isso acontecesse.

2.     NEGAÇÃO:
"Isso não vai acontecer aqui." A negação é uma fase comum em quase todos os acontecimentos não desejados. É muito difícil mesmo pra gente assimilar. Nesse caso do coronavírus, nunca acreditamos que iria nos afetar. Nos enchemos de desculpas, como a de que a China estava longe ou de ser apenas mais uma gripe, e esquecemos as evidências: que o mundo é globalizado, inclusive para as doenças e que elas podem ser tão contagiosas a ponto de desorganizar e até mesmo colapsar a própria sociedade como um todo. Durante a fase de negação e quando percebemos o quanto essa situação já nos afeta e pode afetar muito mais, quase sempre passamos a sentir muita raiva. Ficamos furiosos com o sistema, com a falta de medidas tomadas pelas autoridades, com manifestações ou reuniões que amplifiquem o contágio; raiva de pessoas ou grupos que não enxergam a gravidade do momento. A raiva deve ser experimentada, sim, mas também superada. Se permanecermos nessa fase, estaremos perdidos, porque perderemos a oportunidade de aprendizado que existe diante de qualquer crise.

3.     MEDO
“O que vai acontecer comigo, com meus familiares, sobretudo os que estão nos grupos de risco? E a população mais pobre, mais desprotegida? E os resultados econômicos de tudo isso, afetará o meu emprego? O que vai acontecer? Medo, preocupação: essa é a emoção mais profunda e incapacitante que existe. Existe um medo saudável, que é a prudência, que nos obriga a nos proteger e a ficar em casa. E há outro medo tóxico, que nos leva à histeria coletiva, às compras compulsivas ou a não dormir à noite. O medo é outra fase pela qual temos que passar rapidamente. É inútil se deixar levar por essa emoção, que em muitas ocasiões se torna mais contagiosa do que a própria doença. O medo nos causa um profundo dano emocional e paralisa nossa capacidade de enfrentar a crise com realismo e força e com um senso positivo de que tudo isso vai passar.

4.     ATRAVESSANDO O DESERTO
"Estou triste e vulnerável”. Não há mais medo ou raiva, nessa fase o que mais sinto é angústia e tristeza em sua forma mais pura. Estamos abatidos pelo número de doentes e mortos, conhecemos algumas vítimas ou a vítima sou eu mesmo. Essa é uma fase de pura aceitação da realidade. Tomamos consciência de que não está em nossas mãos um completo e absoluto controle da situação. NA CRISE DO CORONAVÍRUS, A JORNADA PELO DESERTO DEVE SER REALISTICAMENTE ENCARADA. A mentalidade positiva que precisamos desenvolver, sem encarar o deserto é falsa e temporária. A boa notícia é que os desertos também são atravessados.

5.     NOVA ATITUDE E CONFIANÇA.
Uma vez que a realidade é compreendida e assimilada, uma nova atitude e uma sensação de autoconfiança começam a nascer. Aceitamos a realidade. Se estamos isolados, encontramos os aspectos positivos dessa situação. Nós nos oferecemos para ajudar os outros por serena solidariedade e não por medo. Embora conscientes da gravidade, somos capazes de brincar e rir da situação e, mais importante, nos abrimos para o aprendizado. Quanto mais procurarmos enxergar o que essa nova crise pode nos ensinar, mais rápido podemos atravessar a curva da mudança.

6.     FIM DA AVENTURA
O coronavírus passou e eu saí dessa situação mais forte. Essa crise entrará para a História, sem dúvida. Outras virão, virão novos problemas, e isso significa que estamos vivos. Se conhecemos o processo e aprendemos como indivíduos e como sociedade, valerá a pena, apesar das muitas perdas que tivermos ao longo do caminho.

Veja bem. As fases descritas não são lineares, mas são progressivas. Ou seja, podemos estar na travessia do deserto e recair às vezes sentindo raiva ou muito medo. Podemos aceitar a realidade adquirindo confiança de que essa crise vai passar e voltar a sentir uma profunda tristeza por tudo o que está acontecendo. Podemos rir de um meme engraçado na internet sobre a situação e daqui a pouco sentir muito medo de perder alguém que amamos. É o que quase sempre acontece, mas você não precisa se sentir culpado por isso. Quanto mais consciência tivermos e mais sincero formos, mais rápido podemos passar por cada fase e mais capacidade teremos de despertar os valores e as potencialidades positivas que cada um carrega dentro de si.



RECONHECIMENTO DO PROBLEMA: "Existe um novo vírus na China”
NEGAÇÃO: "Isso não vai acontecer aqui."
RAIVA: “Por que não tomaram providências antes?”
MEDO: “O que vai nos acontecer? “Eu conheço pessoas próximas com coronavírus!” “E se eu ficar doente e não tiver assistência?
     ATRAVESSANDO O DESERTO:  "Estou triste e vulnerável”
NOVA ATITUDE E CONFIANÇA: “Cuido de mim e me protejo” “Enxergo a oportunidade de aprendizado” “Ajudo os outros” “Apoio-me também no bom humor” “Confio”
O CORONAVÍRUS PASSOU: “Aprendi com essa experiência e estou mais forte”



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 Texto livremente traduzido e adaptado

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