Setembro foi e sempre será um dos
meses mais difíceis do ano para mim. É o mês destinado à campanha Setembro
Amarelo, que tem como principal objetivo a prevenção ao suicídio. Eu sou uma
sobrevivente de uma perda para suicídio. Eu perdi meu pai ao suicídio em 20 de
janeiro de 2000. Lembro-me daquele dia vividamente e, desde então, sua falta
nunca permitiu eu me tornar uma pessoa completa.
Quando a minha sobrinha fez 8 anos,
em junho, eu chorei. Eu chorei sabendo que ela havia chegado à mesma idade que
eu tinha quando perdi meu pai. Ela é uma menina cheia de vida e amor. Certa vez
eu fui aquela menina, tão inocente, mas com a partida de meu pai aquela menina
desapareceu dentro de mim rapidamente.
Por muito tempo eu tenho me
depreciado e venho me fazendo muito mal, por me sentir ainda traumatizada e
esmagada pelo acontecimento. Assistir minha sobrinha, por sua vez, comemorar
seus oito anos de aniversário foi difícil, mas ao mesmo tempo, era quase como
se eu tivesse tido um despertar.
Foi então que eu finalmente percebi a
força que tenho, a coragem que eu ganhei. Comecei a me dar créditos por estar
atravessando essa tumultuosa tempestade da perda de alguém tão amado. Embora
eu esteja ainda cheia de ansiedade e pânico, sofrendo até hoje os efeitos
duradouros do trauma e muitas inseguranças, eu continuo a colocar um pé na
frente do outro.
Eu sou um trabalho em progresso.
Levei 16 anos para compreender como o trauma do suicídio de meu pai marcou-me
de forma tão dura e tão difícil. Eu comecei a me dar crédito, porque no final
de cada dia eu retorno para casa, e para mim. Já quanto à tempestade, eu
pretendo continuar nadando através de suas ondas, não importa quão pesada elas
sejam ou quão grande elas fiquem tentando me engolir por inteira.
Através de minha jornada de perder
meu pai ao suicídio, descobri que muitas pessoas giram em torno do tema do
suicídio. É grande o estigma do suicídio;
é tabu falar sobre, e as pessoas muitas vezes se sentem desconfortáveis quando se torna um tema de conversa. Mas o suicídio precisa sim ser um tema de
conversas porque ele é uma epidemia; as taxas de suicídio subiram
substancialmente nos últimos anos, e elas vão continuar a subir se aqueles que
tem necessidade de ajuda não conseguem, por uma razão o outra, obterem a ajuda
de que necessitam.
Vivemos em um mundo onde o julgamento
é um tema comum, onde pessoas podem ser odiosas e maldosas umas com as outras e
não sentirem nenhum remorso com isso. É difícil viver em um mundo onde as
pessoas vomitam veneno e ódio. Por isso, preste atenção, quando você
perguntar a alguém como está passando, quero dizer, na conversa comum do dia a
dia: "Como você está?" "Como vai você?" Saiba que essas
três palavras podem fazer uma diferença profunda na vida de uma pessoa que está
presa numa grande batalha consigo mesma. Você pode não acreditar
nisso, mas compaixão e bondade sempre triunfam sobre o ódio.
É muito importante abrir um diálogo
que nos desperte para uma maior conscientização sobre o suicídio e sua
prevenção. Não permaneça em silêncio sobre esse assunto. Recentemente,
li um livro chamado "Razões Para Estar Vivo", de Matt Haig. Ele
escreve: "A vida está esperando por você. Você pode se sentir preso aqui
por um tempo, mas o mundo não vai a lugar nenhum. Vá se segurando. A vida
sempre vale a pena. " O Mês da Prevenção do Suicídio é para nos ajudar a
ir segurando as pontas e para pensarmos juntos sobre aquelas razões pelas quais
a vida vale a pena, se você vem achando que ela não vale mais.
É um mês para as pessoas manterem um
diálogo sobre o suicídio, para compartilhar suas histórias, para que os que
vivenciam esse problema saibam que não estão sozinhos. Para ter certeza de que
é possível encontrar ajuda. É só quando o diálogo começa, que é quando a
verdadeira mudança ocorre.
Lembre-se sempre, não importa o quão
escuro fique, não importa quanto tempo a travessia do túnel possa durar, você
nunca está sozinho.
Se você ou alguém que
você conhece precisa de ajuda, ligue para o número do CVV: 141 e procure ajuda
especializada.
Texto original: A Suicide Loss Survivor's Challenge for Suicide
Prevention Month By Kaley Brown /
https://themighty.com/2016/09/september-suicide-prevention-month-and-what-it-means-to-me/
Tradução livre e adaptada
Sou vítima do destino meu pai mataram defendendo a família. Fui estrupada dos 5 anos 9 anos pelo pai d minha mãe. Depois minha mãe casou de novo e na adolescência marido dele quase conseguio de novo. Tenho uma história de vida muito difícil são cousas q nunca vou esquecer na minha vida. É nem perdoar fica muito difícil pra esses monstros. Q não merecem nem o chão q piso. Minhas tentativas de suicídios vem desde a adolescência. A depressão ansiedade general usada bipolaridade de transtornos psicóticos frequentes agressividade contra mim própria mutilações sobre mim sempre. Várias tentativas de suicídios que nunca conseguir concluir por intervenções hospitalares e das pessoas q estão ao meu redor sofrendo tudo isso comigo. Por isso sinto essas dores. Muitos mais fortes q eu não posso controlar. Quando vejo já fiz. Eu me sinto muito mal a angústia e as Dr es são constantes na minha vida desde criança. Não aguento mais sofrer nesse mundo prefiro a morte pode até ser pior pro espírito e a alma. Posso sofrer mais em outra dimensão sem ser esse mundo. Mas ninguém mas sofrerá por mim. Eu ainda penso q a morte é a solução. Pq a dor é maior.
ResponderExcluirCada vez mais acredito, Viviane, depois desses anos todos trabalhando com pessoas que apresentam uma intenção de suicídio que, de fato, nessa vida morrer não é difícil, difícil mesmo é enfrentar a vida e seguir vivendo; porque o sofrimento que muitos deles carregam só me falam de uma força interior muito grande, por prosseguirem, apesar de tudo.
ExcluirAs situações de vida que você relata são mesmo muito, muito dolorosas. Eu não tenho dúvida e nem posso minimizar o peso de tudo isso que vc passou. Mas você vem seguindo em frente...
Você fala de “várias tentativas de suicídios que nunca conseguir concluir por intervenções hospitalares e das pessoas q estão ao meu redor sofrendo tudo isso comigo. ” Então existem pessoas que te amam ao seu redor. E isso é muito importante...
Como psicólogo, Viviane, se compreendo o quanto é grande a sua dor, também sou forçado a acreditar que um bom tratamento – se de forma nenhuma vai te fazer esquecer esse seu passado – pode, com certeza te ajudar a enxergá-lo com novos olhos, a desenvolver resiliência, a ser mais calma diante de seus problemas, te possibilitando uma nova maneira de encarar a você mesma.
Uma pergunta, portanto, você faz tratamento médico e psicoterápico?
Uma outra: o que é essa outra dimensão, espiritual, que você acredita?